Destaque


Os 15 anos da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo


Sua consagração internacional ocorreu durante a 8ª Conferência da Wasbe – World Association for Symphonic Bandes and Ensembles


Corpo profissional do Centro de Estudos Musicais Tom Jobim – a Universidade Livre de Música, departamento da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo comemora neste ano de 2004 uma trajetória de 15 anos de atividades artísticas.
O seu status como grupo profissional se vê reconhecido pelo Decreto 30.551, de 4 de outubro de 1989, sendo que o seu projeto de profissionalização é resultado de proposta apresentada pelo maestro Roberto Farias na gestão do então Secretário de Estado da Cultura Fernando Morais, com aquiescência do compositor Arrigo Barnabé, assessor de música daquela pasta - Roberto Farias chegou a Secretaria de Estado da Cultura em agosto de 1987 com a incumbência de promover a reestruturação da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, na época integrada por bolsistas (a sua atuação frente a Banda Sinfônica de Cubatão, grupo que idealizou nos anos 70 e o êxito do seu trabalho como coordenador do departamento de banda sinfônica do Festival de Inverno Campos do Jordão foram determinantes para a consolidação do projeto).
A sua atuação como diretor artístico e regente titular do grupo se estendeu até maio do ano 2000. Após rigoroso processo seletivo realizado nos meses de agosto e setembro de 1989, o seu primeiro ensaio ocorreu no dia 1º de novembro daquele ano, ocupando um dos anfiteatros da Oficina Cultural Oswald de Andrade, sede provisória da Universidade Livre de Música.

O concerto de estréia se deu no dia 19 de dezembro no Teatro Sérgio Cardoso e foi constituído de transcrições e obras originais para sopros e percussão, privilegiando obras de Antônio Carlos Gomes (Protofonia da ópera “Il Guarany”, em transcrição de Herbert Clarke), Arthur Frackenpohl (Dance Overture), Jep Penders (Fanfaresque – ouverture humoresque) e Ottorino Respighi (Festas Romanas, em transcrição de William Schaeffer), com regência de Roberto Farias.
Pouco a pouco a Banda Sinfônica do Estado foi firmando o seu papel na difusão do repertório originalmente concebida para essa formação instrumental (sopros e percussão, com piano e contrabaixo), com ênfase na música do século XX, além de promover o incentivo à criação musical brasileira por meio de encomendas de obras aos mais renomados compositores brasileiros, tendo ao longo da sua trajetória acumulado um significativo número de primeiras audições, que reúne em seu contexto as mais variadas tendências estético-musicais.
Entre esses compositores destacam-se Ronaldo Miranda, Lelo Nazário, Mário Ficarelli, Amaral Vieira, Luiz Carlos Csekö, Hary Crowl, Daniel Havens, Achille Picchi, Edmundo Villani-Côrtes, Roberto Sion, Cyro Pereira, Almeida Prado e Marlos Nobre.
Da sua programação, entre 1990 e 2000, fizeram parte artistas consagrados do cenário musical nacional e internacional, entre solistas, regentes e compositores, que contribuíram significativamente para a formação da personalidade artística do grupo – desse processo participaram os regentes Frank Battisti (Estados Unidos), Daniel Schapiro (Argentina), Rafi Primo (Israel), Miguel Pose (Uruguai), Timothy Reynish (Inglaterra), Laszlo Marosi (Hungria), Dale Lonis e Jack Delaney (Estados Unidos), Major Steve Grimo (Força Aérea dos Estados Unidos), Coronel John Bourgeois (Marinha dos Estados Unidos), além dos brasileiros e aqui radicados, John Boudler (Estados Unidos), Graham Griffiths (Inglaterra), Daniel Havens (Estados Unidos), Aylton Escobar, Gil Jardim, Nélson Ayres, Júlio Medaglia, Lutero Rodrigues, Flávio Florence.
Também apontamos os solistas Dílson Florêncio (Saxofone - 1º Prêmio do Conservatório Superior de Música de Paris – 1987), Rodolfo Mederos (bandoneon, Argentina), Antônio Guedes Barbosa (piano, Estados Unidos), Gary Smart (piano, Estados Unidos), Marco Antonio de Almeida (piano, Brasil/Alemanha), Allan Trudel (trombone, Canadá), Todd Palmer (clarineta, Estados Unidos), Cláudio Richerme (piano), Luiz Garcia (trompa, Brasil/Estados Unidos), Edelton Gloeden e Camilo Carrara (violão), Quarteto Amazônia (cordas), Zimbo Trio, Duo Nazário (sintetizador e percussão) Quinteto Onze e Meia, Raíces de América, Amaral Vieira e Yara Ferraz (pianistas), Norma Holtzer (harpa), Selma Asprino (órgão), Eloísa Baldin, Adélia Issa e Martha Herr (sopranos), Diana Allan (soprano, Estados Unidos), Sebastião Teixeira (barítono/baixo), Milagros Lanty (cantora, Rep. Dominicana), Beth Carvalho (cantora popular), Achille Picchi (piano), Roberto Sion (saxofone), Altamiro Carrilho (flauta), Henri Bok (clarone, Holanda), Luiz Eugênio Afonso “Montanha” e Luca Raele (clarinetas) Maria José Carrasqueira e Fábio Luiz (pianistas), Wagner Polistchuk e Radegundes Feitosa (trombones), Charles Schlueter, Nailson Simões e Anor Luciano Jr. (trompetes), Cecília Guida (violino), Coral Sinfônico do Estado de São Paulo, Coral do Estado de São Paulo e Coral Sinfônico Coreano; os compositores James Syler (Estados Unidos), Michael Colgrass (Estados Unidos/Canadá), Johan de Meij (Holanda), Leon Biriotti (Uruguai), Jan van de Rost (Bélgica), Frigies Hydas (Hungria), Vicente Moncho (Argentina) e Alfred Reed (Estados Unidos).
Um dos principais expoentes da música contemporânea brasileira e latino-americana, a Banda Sinfônica do Estado teve participações de destaque em importantes eventos como Festival de Música Nova, Semana Guiomar Novaes, Festival de Inverno Campos do Jordão, Panorama da Música Brasileira Atual e Bienal de Música Brasileira Contemporânea.
A sua consagração internacional ocorreu durante a 8ª Conferência da Wasbe – World Association for Symphonic Bands and Ensembles, realizada em julho de 1997 na Áustria, cujo êxito garantiu-lhe o convite para figurar entre os quatorze grupos de todo o mundo para a 9ª Conferência em julho de 1999 na Califórnia, Estados Unidos.
A sua discografia está constituída de dois álbuns: “Fantasia Coral”, com obras do compositor Amaral Vieira (Selo Paulus, 1996) e “Suíte Tropical” (Associação dos Profissionais da BSESP, 2003).
No ano de 2000, numa realização da Associação dos Profissionais da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, ocorreu o I Concurso de Composição, tendo como obra vencedora a “Abertura Dramática” do jovem compositor Alexandre Travassos.
A Temporada 2004, integralmente desenvolvida em sua sede atual, o Teatro Sérgio Cardoso, adotou a linha de concertos temáticos, do qual participaram os regentes convidados Roberto Tibiriçá, Norton Morozowsky e Luiz Gustavo Petri; os solistas Marcelo Brakte (piano), Egberto Gismonti (pianista e compositor), os grupos Sujeito a Guincho (quinteto de clarinetas) e Parlapatões (instrumental e comédia), passando pelo espetáculo “Cine Clube Paulista”, culminando com a encenação da ópera “Orfeo” de Monteverdi.
Como compositor residente destaca-se a figura do pianista, compositor e musicólogo Achille Picchi.
Foram seus regentes e diretores artísticos os maestros Roberto Farias (1989-2000) e Daniel Havens (2000-2003) e como assistente de programação artística o maestro Henrique Lian (1996-2001).
Atualmente a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo tem como regente titular e diretor artístico o maestro Abel Rocha e como assistente a maestrina Érica Hindrikson.

1º/11/2004

Autor: Roberto Farias - publicado em 02/11/2004 no site www.movimento.com

Saiba mais sobre a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo acessando o site http://www.apaacultural.org.br/bandasinfonica/


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